Mochila nas costas e espírito de aventura. Foi assim que a publicitária com alma de jornalista resolveu ampliar sua bagagem cultural.
domingo, 29 de maio de 2011
Dicas rápidas de Santiago
Hoje encontrei o Marcelo, primo do Cá e ele irá para Santiago nos próximos dias...pensei que tivesse escrito algumas dicas básicas de lá, mas não..então aí vão algumas.
Marcelo, espero que as dicas sejam úteis. E vou te colocar em contato com a Astrid (chilena que agita algumas baladas ou como eles dizem lá, 'carretes' - veja acima).
Bjs
Lu
Bebidas
O carmenere é o vinho típico da região. Assim como a França registrou a 'marca' champagne para as uvas daquela região, os chilenos fizeram o mesmo para esse tipo de uva. Segundo a história, embora a uva seja de origem francesa, uma praga a devastou e hoje, ela só cresce no Chile (devido às condições de solo e clima).
Pisco sour- há uma disputa entre Peru e Chile sobre quem é que inventou o pisco, que é uma bebida de alto teor alcóolico feito à base de uva. O pisco sour é o pisco acrescido de limão e claras de ovos. No Chile, há várias opções já prontas (se tiver tempo, visite a fábrica da Ruta Norte, que é divertida e te mostra o processo de fabricação do pisco). O plus é que você ganha um diploma de piscólogo: expert na arte do pisco!
Comidas
Prove a centolla, caranguejo vermelho gigante (king crab) no Mercado Central (menor, mas parecido com o nosso Mercado Municipal). Lá eles preparam a versão com salada ou grelhada.
Para pesticar, prove as empanadas chilenas - em qualquer boteco você encontrará - quase sempre com recheio de carne molhadinho e bem temperado. O pastel de choclo também é bem típico: torta de milho com carne ou frango, azeitona, ovo, cebola e uva passa...é bem gostosa, mas a massa é um pouco adocicada.
E a humita é a nossa pamonha, mas em vez de doce, é salgada - não faz o meu tipo.
Minha hostmother costumava fazer um ceviche com almejas (vöngoles) enlatados - vendidos em todos os supermercados. A receita é simples: acrescente limão, sal, cebola e salsichas picadas e voilà!
Outra comida que ela cozinhava e que era especialidade era a cazuela - sopa feita com carne moída, vários legumes e arroz - nossa canja à moda chilena!
Atrações
Vinícola Concha y Toro - além de conhecer e provar vinhos produzidos lá, é bacana desfrutar o lugar - com uma casa linda e bem conservada, seus jardins, as videiras e as adegas. Reserve sua visita com antecedência.
Concha y Toro
Endereço - R Virginia Subercaseaux, 210 - Pirque
Tel: 476-5269
Cerro San Cristóbal- pegue o funicular e desfrute da linda paisagem da cidade (é um mirante e tanto). Lá em cima, você pode provar o mote com huesillos (um tipo de chá com pedaços de pêssego e grãos de trigo cozidos, bebida bem típica da região). Em dias de verão, alguns santiaguenses pagam uma taxa para utilizar a piscina, que fica no meio do cerro.
Centro - os centros das cidades são sempre clássicos, com construções antigas (e no Chile, bem conservadas). Lá há o La Moneda (palácio do governo). O Mercado Central é ali do lado.
Cerro de Santa Luzia-outro mirante lindo, com uma feirinha de artesanato embaixo (lá você pode comprar alguma peça com lápis lázuli, uma pedra semi-preciosa azul escura e opaca que só é encontrada lá e no Afeganistão.
Viagens - se quiser viajar em Santiago, faça cotação na Viaje Falabella - quando fui para o Atacama, a passagem da LAN comprada lá foi mais barata do que indo diretamente à loja da LAN Chile.
Se tiver um tempinho, vale a pena conhecer Valparaíso (carinhosamente chamado de Valpo) e Viña del Mar (a praia dos santiaguenses).
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Mais uma história - Paladar/Cuba
Esta semana fui jantar com algumas amigas queridas e a Pri, que já foi para Cuba, me contou uma curiosidade interessante: Paladar, que significa restaurante particular (não pertencente ao governo) surgiu como referência ao nome do restaurante da personagem Raquel (interpretada por Regina Duarte) na novela Vale Tudo!
Raquel era uma mulher de origem humilde, mas que no decorrer da novela, abre um restaurante que é o maior sucesso. Diga-se de passagem que todos os cubanos que conheci comentavam duas coisas: 1) adoram novela brasileira 2) o time de baseball brasileiro só tem japonês!
Mas voltando ao assunto Paladar, esse tipo de restaurante privado (gerido por famílias cubanas) foi legalizado em 1995 (com o Período Especial e incentivo ao turismo), como alternativa para aumentarem sua renda e ampliar horizontes. Fomos em vários deles (o atendimento é muito melhor do que em restaurantes - todos de propriedade do governo) e a comida geralmente é melhor. As regras para que o Paladar não seja considerado restaurante (e aí, propriedade do governo são): o estabelecimento pode comportar até 12 lugares e lá não se pode servir lagostas ou carne de boi (na prática não é bem assim). O valor médio de uma refeição varia de CUC (USD) 8 a 12.
Durante nossa viagem, fomos ao La Guarida, considerado por muitos, o melhor Paladar de Cuba (já recebeu ótimas críticas de vários veículos estrangeiros, do The Guardian ao El País, bem como visitas de várias celebridades - de Steven Spielberg, Jack Nicholson à rainha Sofia, da Espanha).
La Guarida está localizado no Centro de Havana, em uma mansão antiga. É preciso reservar antes de chegar (a primeira vez que fomos não tinha lugar disponível).
Comi um peixe delicioso temperado com vinho branco e ervas finas, acompanhado de moros y cristianos (arroz e feijão preto - o nosso baião de dois), mandioca frita. De entrada, caviar de berinjela com torradas e gaspacho de melancia (uma delícia). Para beber, o meu favorito: daiquiri (parece um frozen de limão). O preço é bem razoável para quem mora em São Paulo. Gastamos cerca de R$ 60/pessoa, considerando que fizemos um super banquete, com pratos de entrada, salada, prato principal (não conseguimos comer sobremesa).
La Guarida
reservas@laguarida.com
Tel: 866 9047
End: Concordia no 418 (esquina com Gervasio e Escobar)
Havana - Centro
Raquel era uma mulher de origem humilde, mas que no decorrer da novela, abre um restaurante que é o maior sucesso. Diga-se de passagem que todos os cubanos que conheci comentavam duas coisas: 1) adoram novela brasileira 2) o time de baseball brasileiro só tem japonês!
Mas voltando ao assunto Paladar, esse tipo de restaurante privado (gerido por famílias cubanas) foi legalizado em 1995 (com o Período Especial e incentivo ao turismo), como alternativa para aumentarem sua renda e ampliar horizontes. Fomos em vários deles (o atendimento é muito melhor do que em restaurantes - todos de propriedade do governo) e a comida geralmente é melhor. As regras para que o Paladar não seja considerado restaurante (e aí, propriedade do governo são): o estabelecimento pode comportar até 12 lugares e lá não se pode servir lagostas ou carne de boi (na prática não é bem assim). O valor médio de uma refeição varia de CUC (USD) 8 a 12.
Durante nossa viagem, fomos ao La Guarida, considerado por muitos, o melhor Paladar de Cuba (já recebeu ótimas críticas de vários veículos estrangeiros, do The Guardian ao El País, bem como visitas de várias celebridades - de Steven Spielberg, Jack Nicholson à rainha Sofia, da Espanha).
La Guarida está localizado no Centro de Havana, em uma mansão antiga. É preciso reservar antes de chegar (a primeira vez que fomos não tinha lugar disponível).
Comi um peixe delicioso temperado com vinho branco e ervas finas, acompanhado de moros y cristianos (arroz e feijão preto - o nosso baião de dois), mandioca frita. De entrada, caviar de berinjela com torradas e gaspacho de melancia (uma delícia). Para beber, o meu favorito: daiquiri (parece um frozen de limão). O preço é bem razoável para quem mora em São Paulo. Gastamos cerca de R$ 60/pessoa, considerando que fizemos um super banquete, com pratos de entrada, salada, prato principal (não conseguimos comer sobremesa).
La Guarida
reservas@laguarida.com
Tel: 866 9047
End: Concordia no 418 (esquina com Gervasio e Escobar)
Havana - Centro
terça-feira, 17 de maio de 2011
Cayo Largo del Sur
Esse frio em São Paulo me faz sentir saudades de Cuba, mais especificamente, Cayo Largo del Sur (olha só que paraíso).
Cayo Largo del Sur é a segunda maior ilha de Cuba (38km2), situada entre o golfo de Batabanó e o mar do caribe, ocupada apenas por complexos turísticos (nunca houve moradia permanente por parte dos cubanos). A maioria dos turistas são italianos e canadenses (especialmente de Quebec, por ter vôo direto) e muitos deles gostam de andar pelados (há uma pequena praia de naturalismo, mas eles se sentem desinibidos e caminham por todas as outras).
Fora os velhinhos pelados (que não incomodam ninguém), as praias são paradisíacas, com águas que vão do azul clarinho ao turquesa. Vimos muitas estrelas do mar, alguns peixes diferentes (como a água é transparente, os peixes que vão para o raso tendem a ser branquinhos) e em passeio de catamarã, pudemos visitar um cayo (ilhota) de iguanas e piscinas naturais (bancos de areia lindos).
Como chegar
De Havana, o único meio possível é aéreo. Mas não se espante: os aviões são pequenos e muitas vezes improvisados - o que voltamos era um de carga transformado em um de turismo: quase não havia janelas, não tinha ar-condicionado e a entrada/saída era pela parte traseira da aeronave.
O transporte até as praias (geralmente os hotéis ficam na Praia Branca ou extensão dela) pode ser feito de três formas: trenzinho (um trator improvisado com muitos vagões para turistas) - que é gratuito e passa em horários pré-determinados em cada um dos hotéis; scooter (a USD 20/dia) ou jipe (USD 75/dia).
Como a melhor praia fica a alguns km de lá, alugamos a scooter (chinesa e totalmente detonada) quase todos os dias - e assim tivemos autonomia de ir e vir quando bem entendêssemos.
Melhor praia
A praia mais bacana é a Sirena, com areia branquinha e mar super calmo e transparente. Ela fica a oeste da praia Paraíso (última parada do trenzinho). Lá pudemos ver estrelas do mar e vários tipos de peixes. Em um canto da praia há sempre um grande grupo de gaivotas que estão bem acostumadas a ganhar pão. Jogue algumas milhagas para o alto e você se surpreenderá: elas pegam e esperam mais.
Há também um restaurante bem gostoso (o buffet de salada + frutas sai a USD 6 e com carne/frango USD 20) lá pertinho, com a atração de nadar com os golfinhos (não nadei porque achei o lugar muito pequeno e me senti meio mal de estimular esse tipo de ação).
Estrela do mar na praia Sirena
Onde ficar
Nessa parte da viagem não pudemos ficar em casa de família (porque não há)...e todos os hotéis são do tipo all inclusive. Ficamos no mais simples deles, o Coral. Por cerca de USD 50 (diária/pessoa), você tem direito não apenas a café da manhã, como almoço, jantar, snacks (cachorro quente, pizza e batata frita no meio da tarde ou final da manhã), além de bebidas alcóolicas (daiquiri foi a minha opção de todos os dias).
À noite, aproveite para curtir o céu estrelado. Como não há muita iluminação na cidade, é possível ver muitas estrelas (acho que vi mais nessa praia do que no Atacama).
Villa Coral/Villa Soledad - Tel: 34 81 11 (pagamos USD 50/pessoa/dia, com tudo incluído - inclusive bebidas na praia Sirena)
Sol Pelicano (conhecemos um casal de canadenses que têm ido neste hotel com bastante frequência) - Tel: 24-82-33
Sol Cayo Largo (da rede Meliá) - Tel: 24-82-60
Barceló (o mais lindo e mais top de todos) - Tel: 24-80-80
Passeio de catamarã
Vale muito a pena fazer o tour de catamarã (dia todo por USD 73/pessoa, incluindo almoço com lagosta). A primeira parada é o Cayo Iguanas, com vários desses animais e um outro - que parecia uma capivara (veja fotos abaixo).
A parada seguinte é em uma área de recifes. Lá você pode fazer snorkeling e ver muitos peixes e crustáceos (vimos um caranguejo vermelho enorme). O mais bacana de tudo é que o mar é super calmo e o barco fica ancorado em um lugar super favorável à corrente (assim, na ida você nada com a maré e na volta, você simplesmente flutua).
A terceira e quarta paradas são em piscinas naturais (Cayo Rosario e Cayo Rico), grandes bancos de areia branquinha e mar bem calmo.
Mais informações:
Cubatur Tel: 24-82-58
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Havana - Buena Vista Social Club
Um pouquinho mais de Havana nesse vídeo do Buena Vista Social Club.
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segunda-feira, 9 de maio de 2011
Havana - sentimentos contraditórios
Esses dias estava me lembrando de Havana, tentando buscar respostas para o encanto dessa cidade, ora tão dura e ora tão leve...inexplicável para sentimentos tão contraditórios...
Lindo lembrar dos dias quentes, de ver varais com roupas coloridas, de ver as pessoas conversando nas ruas como se a semana inteira fosse final de semana. Gostoso lembrar do entardecer no Malecón, com pessoas pescando, tomando rum, namorando...
Triste ver a arquitetura linda mas degradada (principalmente no centro de Havana), triste saber que os cubanos tem lagostas para os turistas a USD 10, mas que isso é caro demais para eles, doloroso ler que apesar da comida ser subsidiada (e por pouco tempo, conforme o última declaração do Raul Castro), a população come menos do que os escravos na época em que a ilha ainda era colônia espanhola.
Lindo ver carros antigos e coloridos enfeitando a cidade. Triste saber que seus motores são velhos, poluentes, e que é muito difícil você ter um. Triste saber que o país troca seus médicos por petróleo venezuelano.
Bonito ler a história da Revolução Cubana, ver ideais nobres e atos heróicos. Triste saber que não se pode passar na rua onde vive Fidel, não se pode andar a pé, fotografar ou andar de carro a menos de 80 km/h por lá.
Museu da Revolução
Praça da Revolução
Bacana saber que a taxa de analfabetismo é perto de 0 e que as Universidades são acessíveis a praticamente toda a população. Triste ver a falta de serviço de qualidade, a falta de perspectivas de melhoria de vida e o desconforto das pessoas de expressar sua opinião sobre o governo ou a vida que vivem.
Delicioso passear por Habana Vieja, admirar sua beleza arquitetônica, conhecer La Bodeguita, tomar um mojito pensando em Hemingway, fumar um charuto Cohiba. Triste ver que os cubanos acabam não tendo acesso a esses lugares (a moeda local é 25 vezes menor que a moeda do turista - CUC=dólar).
Sentimentos contraditórios em uma cidade vibrante e dura...mais do que visitar museus (o da Revolução é interessante para ver o peso da propaganda política), recomendo respirar o ar de Havana, curtir suas belas construções, vendo o povo conversar animadamente na rua, vestindo roupas coloridas, bebendo rum. Se tiver oportunidade, converse com algumas pessoas (o povo cubano adora conversar) e viva a experiência de estar em um lugar como nenhum outro.
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Cuba - primeiras histórias
A viagem que fiz para Cuba foi uma das experiências mais diferentes que já vivi. Na aterrisagem, o primeiro susto: o avião pegou um vento lateral e teve que arremeter.
Já em solo, a segunda surpresa: havia perdido meu passaporte! Após vários minutos procurando nas malas e no avião (voltei duas vezes depois de ter desembarcado), pensei que teria que voltar para o Brasil, sem sequer ter tido o gostinho de conhecer o país. Por sorte (viva São Longuinho e meu marido), encontrei o passaporte junto à trava da mesa!
Ao pegarmos nossa mala, a terceira surpresa chata: ela estava rasgada. Ao reclamarmos para a companhia aérea (Copa Airlines), eles nos direcionaram ao atendente do aeroporto, que muito calmamente nos informou: `não podemos fazer nada...se vocês quiserem reclamar, podem reclamar, mas isso somente entrará para as estatísticas´.
E esta foi a primeira impressão que tive do lugar: se aqui no Brasil sentimos que nossos direitos de consumidor não são bem atendidos, em Cuba isso é multiplicado por 2 - com salários baixos e sem incentivo nenhum, os cubanos não ligam a mínima para a qualidade do serviço que estão te oferecendo. Assim, você sente literalmente que não tem alternativa.
Pegamos um táxi até a casa particular (como eles chamam a casa de família) em que ficamos hospedados e conhecemos o simpático Jorge, sua esposa Lisbette e seu filhinho Edgard. Jorge é segurança do escritório de interesses americanos e Lisbette é ortodontista. Vivem em um apartamento confortável de um andar no centro de Havana, que conta com 3 dormitórios (sendo duas suítes), uma sala e uma cozinha. O apartamento tinha uma fachada da época colonial (pé direito altíssimo, portas altas - com entrada de fundo bem baixinha, como vcs podem conferir na foto) e escada toda em mármore, com azulejos espanhóis.
A arquitetura desse bairro, assim como de toda a cidade é bem bonita, apesar de mal conservada. Segundo dizem os livros (e vimos algumas reformas em andamento), o governo promete reverter a situação, destinando 45% de toda a receita arrecadada (USD 160 milhões em 2009) em projetos de restauração (os 55% restantes vão para ações sociais).
Mais informações
Margot homestay - Jorge Luis Gonzalez Saura (casa particular)
Diária: a partir de CUC (=USD) 25 (se for via internet - hostel - USD 30)
Calle Consulado, 13 ap 5 (Prado y Genios)- Habana Centro - a uma quadra do boulevard Prado e a poucas quadras do Capitólio
Tel: (53-7) 867 6534
Cel: (53 7) 05 451660
Email: jorgesaura_gonzalez@hotmail.com
Obs: Jorge e Lisbette são muito amáveis e gostamos tanto da sua hospitalidade que, ao voltar para a cidade (durante nosso itinerário voltamos duas vezes para Havana), optamos por continuar lá e não em outras casas como inicialmente tínhamos planejado.
Já em solo, a segunda surpresa: havia perdido meu passaporte! Após vários minutos procurando nas malas e no avião (voltei duas vezes depois de ter desembarcado), pensei que teria que voltar para o Brasil, sem sequer ter tido o gostinho de conhecer o país. Por sorte (viva São Longuinho e meu marido), encontrei o passaporte junto à trava da mesa!
Ao pegarmos nossa mala, a terceira surpresa chata: ela estava rasgada. Ao reclamarmos para a companhia aérea (Copa Airlines), eles nos direcionaram ao atendente do aeroporto, que muito calmamente nos informou: `não podemos fazer nada...se vocês quiserem reclamar, podem reclamar, mas isso somente entrará para as estatísticas´.
E esta foi a primeira impressão que tive do lugar: se aqui no Brasil sentimos que nossos direitos de consumidor não são bem atendidos, em Cuba isso é multiplicado por 2 - com salários baixos e sem incentivo nenhum, os cubanos não ligam a mínima para a qualidade do serviço que estão te oferecendo. Assim, você sente literalmente que não tem alternativa.
Pegamos um táxi até a casa particular (como eles chamam a casa de família) em que ficamos hospedados e conhecemos o simpático Jorge, sua esposa Lisbette e seu filhinho Edgard. Jorge é segurança do escritório de interesses americanos e Lisbette é ortodontista. Vivem em um apartamento confortável de um andar no centro de Havana, que conta com 3 dormitórios (sendo duas suítes), uma sala e uma cozinha. O apartamento tinha uma fachada da época colonial (pé direito altíssimo, portas altas - com entrada de fundo bem baixinha, como vcs podem conferir na foto) e escada toda em mármore, com azulejos espanhóis.
A arquitetura desse bairro, assim como de toda a cidade é bem bonita, apesar de mal conservada. Segundo dizem os livros (e vimos algumas reformas em andamento), o governo promete reverter a situação, destinando 45% de toda a receita arrecadada (USD 160 milhões em 2009) em projetos de restauração (os 55% restantes vão para ações sociais).
Mais informações
Margot homestay - Jorge Luis Gonzalez Saura (casa particular)
Diária: a partir de CUC (=USD) 25 (se for via internet - hostel - USD 30)
Calle Consulado, 13 ap 5 (Prado y Genios)- Habana Centro - a uma quadra do boulevard Prado e a poucas quadras do Capitólio
Tel: (53-7) 867 6534
Cel: (53 7) 05 451660
Email: jorgesaura_gonzalez@hotmail.com
Obs: Jorge e Lisbette são muito amáveis e gostamos tanto da sua hospitalidade que, ao voltar para a cidade (durante nosso itinerário voltamos duas vezes para Havana), optamos por continuar lá e não em outras casas como inicialmente tínhamos planejado.
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