Mochila nas costas e espírito de aventura. Foi assim que a publicitária com alma de jornalista resolveu ampliar sua bagagem cultural.
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Havana - sentimentos contraditórios
Esses dias estava me lembrando de Havana, tentando buscar respostas para o encanto dessa cidade, ora tão dura e ora tão leve...inexplicável para sentimentos tão contraditórios...
Lindo lembrar dos dias quentes, de ver varais com roupas coloridas, de ver as pessoas conversando nas ruas como se a semana inteira fosse final de semana. Gostoso lembrar do entardecer no Malecón, com pessoas pescando, tomando rum, namorando...
Triste ver a arquitetura linda mas degradada (principalmente no centro de Havana), triste saber que os cubanos tem lagostas para os turistas a USD 10, mas que isso é caro demais para eles, doloroso ler que apesar da comida ser subsidiada (e por pouco tempo, conforme o última declaração do Raul Castro), a população come menos do que os escravos na época em que a ilha ainda era colônia espanhola.
Lindo ver carros antigos e coloridos enfeitando a cidade. Triste saber que seus motores são velhos, poluentes, e que é muito difícil você ter um. Triste saber que o país troca seus médicos por petróleo venezuelano.
Bonito ler a história da Revolução Cubana, ver ideais nobres e atos heróicos. Triste saber que não se pode passar na rua onde vive Fidel, não se pode andar a pé, fotografar ou andar de carro a menos de 80 km/h por lá.
Museu da Revolução
Praça da Revolução
Bacana saber que a taxa de analfabetismo é perto de 0 e que as Universidades são acessíveis a praticamente toda a população. Triste ver a falta de serviço de qualidade, a falta de perspectivas de melhoria de vida e o desconforto das pessoas de expressar sua opinião sobre o governo ou a vida que vivem.
Delicioso passear por Habana Vieja, admirar sua beleza arquitetônica, conhecer La Bodeguita, tomar um mojito pensando em Hemingway, fumar um charuto Cohiba. Triste ver que os cubanos acabam não tendo acesso a esses lugares (a moeda local é 25 vezes menor que a moeda do turista - CUC=dólar).
Sentimentos contraditórios em uma cidade vibrante e dura...mais do que visitar museus (o da Revolução é interessante para ver o peso da propaganda política), recomendo respirar o ar de Havana, curtir suas belas construções, vendo o povo conversar animadamente na rua, vestindo roupas coloridas, bebendo rum. Se tiver oportunidade, converse com algumas pessoas (o povo cubano adora conversar) e viva a experiência de estar em um lugar como nenhum outro.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário